Audiência pública sobre a situação dos anões em Teresina

Depoimentos comoventes sobre situações cotidianas vividas pelos anões marcaram a audiência pública realizada na Câmara Municipal de Teresina, uma proposta da Vereadora Graça Amorim (PTB). Atos simples como fazer operação em caixa eletrônico sem correr riscos, pegar ônibus, abrir uma maçaneta de porta ou apertar o botão de elevador são apenas alguns dos desafios diários destas pessoas. Entre as deliberações, foi garantido aos anões, que poderão ter um representante em uma comissão da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Strans) que trata sobre acessibilidade no transporte. 

A vereadora Graça Amorim vai encaminhar uma série de requerimentos solicitando modificações de estruturas que contemplem a estatura dos anões. "Vamos requerer a Federação dos Bancos, o sindicatos dos bancários, dos supermercados, fabricantes de elevadores, rede hoteleira, órgãos de transporte público e demais locais que apresentem dificuldade aos anões que promovam a acessibilidade para eles", disse a Vereadora.

Outra decisão tomada na audiência foi a visita aos terminais de integração que estão sendo construídos e que fazem parte do plano diretor de transporte de Teresina. "Antes que concluam as obras, iremos com um grupo de anões para  verificar se os terminais estão adequados às suas necessidades. A previsão de inauguração dos terminais é dezembro. Iremos antes disso", disse a Vereadora.

Laura Marques, representante dos anões, declarou que esta audiência serviu como pontapé inicial para a luta do grupo. "Somos cidadãos. O imposto que nós pagamos não retorna em forma de benefícios para nós, como deveria acontecer".

A anã Mauricelia Lima da Silva, disse que os anões precisam gritar para tentar ser ouvidos. "Nós falamos, falamos e ninguém nos ouve. Somos invisíveis. Papel com leis podem existir, mas as leis não são cumpridas, seja nos caixas eletrônicos,  nos supermercados, no transporte público. O único lugar que tenho acessibilidade é na minha casa. Os motoristas de ônibus não têm culpa, mas os empresários sim. Não cumprem a lei e isso acontece porque não existe fiscalização", lamentou.

A Vereadora reivindicou também uma fiscalização maior no cumprimento da Lei das Calçadas, que são empecilho na locomoção de pessoas com deficiência de um modo geral. 

Em: 18/11/2015 08:07:00

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