A Câmara de Vereadores de Teresina vai solicitar ao governador Wilson Martins (PSB) e ao secretário de segurança, Robert Rios Magalhães, a elaboração de um plano de segurança para Teresina. O anúncio foi feito em audiência pública realizada na nesta quarta-feira (19) pela vereadora Teresa Britto (PV), que também solicitou ao Comando da Polícia Militar maior policiamento próximo às escolas públicas e o aumento de contingente da PM. A audiência foi motivada pelo alto índice de homicídios registrados na capital este ano, envolvendo pessoas inocentes.
Cerca de 50 estudantes de escolas públicas do bairro Promorar participaram do encontro. Nessa terça-feira (18), Philipe Hatus, de apenas seis anos de idade, foi mais uma vítima fatal da violência na região, sendo alvejada por uma bala perdida. Na próxima quarta-feira, dia 26, haverá uma reunião às 10h30 na Câmara de Vereadores com representantes de órgãos que não compareceram à audiência pública, como Secretarias Estaduais de Segurança, de Justiça, Juventude, Esporte e Cultura, e também membros do Poder Judiciário e do Ministério Público. No encontro, será exigido uma série de obras e medidas para evitar, de forma preventiva, o aumento da criminalidade.
A vereadora Teresa Britto (PV) lamentou mais uma vez a ausência do secretário Robert Rios, que deveria mostrar o que tem sido feito mudar essa realidade de crimes em Teresina. "A Polícia também é responsável pela situação de insegurança que vivemos. Então queremos a presença dessas autoridades para adotar medidas que possam coibir essa violência. dar oportunidade para a comunidade e mais segurança", afirmou.
O estudante de 18 anos, Charles Rodrigues, do CETI Solange Viana, lembrou do amigo Richardson Gomes que foi morto por engano sem ter nenhum envolvimento com o crime. "No Promorar, os alunos estão impressionados com a violência, com medo, os professores orientam que ninguém saia de casa a não ser para ir à escola. Precisamos de ajuda", reclamou.
O comandante do policiamento da capital, coronel Alberto Menezes, disse que há uma renovação das estratégias para combater o crime porque a violência está na cabeça das pessoas. Ele relatou movimentos em Teresina que uniram milhares de pessoas e não não houve nenhum registro de crime, como a Caminhada da Diversidade e a Marcha para Jesus.
Médica Darlane Caldas, do PSF - Unidade Felipe Eulálio, relatou o aumento dos problemas de saúde da população nos últimos dias. Segundo ela, a violência está repercutindo na vida da população, que vem sofrendo de pressão descontrolada, sem conseguir dormir, preocupação com filhos e netos. Darlane alerta ainda para o aumento da prescrição de remédios controlados.
"A população da região do Promorar está ficando cada vez mais doente e isso é uma repercussão da violência. Elas nos preocupam com pressão alterada, insônia e estresse. E quando indicamos para que as pessoas pratiquem atividade física ela dizem que não há espaços disponíveis e mesmo se tivesse elas não têm coragem de sair de casa", afirmou a médica Darlane.
Em: 20/02/2014 12:11:00