Por ser contrária às emendas, Graça Amorim, foi única vereadora a ficar de pé durante muitas das votações
A Câmara Municipal de Teresina votou na última quarta-feira (24) emendas que modificam o Projeto do Plano Municipal de Educação. No texto, todos os artigos que constam as palavras LGBT, diversidade e gênero foram suprimidas. A Vereadora Graça Amorim (PTB) foi a única que votou a favor da permanência do texto original enviado pela Prefeitura de Teresina em todos os artigos, segundo ela, por entender que retirar essas expressões do plano é votar no retrocesso de todas as conquistas alcançadas pelo segmento LGBT ao longo da história.
"O mundo muda. A sociedade evolui. Não podemos jogar a realidade para debaixo do tapete. Respeito e primo demais pela família, mas suprimir a diversidade do plano é preconceituoso. É retrocesso. Esta casa foi contra, inclusive, ao Plano Nacional de Educação", destacou a Vereadora.
Graça Amorim entende que o projeto originário da Prefeitura de Teresina deve ser respeitado porque foi definido, discutido e deliberado pela comunidade da educação, por professores, estudiosos, especialistas. "Não tenho dúvida que foi elaborado a várias mãos. O que foi suprimido no projeto de lei é uma realidade no nosso mundo. Não podemos fingir que o público LGBT não existe", frisou.
Na plateia, grupos religiosos estavam presentes para pressionar que as emendas com a exclusão dos termos gênero, diversidade e LGBT fossem aprovadas. Graça recriminou o grupo e lembrou que o próprio Papa Francisco defendeu os homossexuais quando retornava da Jornada Mundial da Juventude, no voo do Rio de Janeiro para Roma. "Entre outras coisas, o papa disse que, se uma pessoa é gay e procura Jesus, se tem boa vontade, não se pode julgá-la. Ele disse que o Catecismo recomenda que não se deve marginalizar gays por sua orientação sexual, que elas devem ser integradas à sociedade, pois somos todos irmãos!", lembrou Amorim.
ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A parlamentar também foi a única que se posicionou contra ao elastecimento do prazo que Prefeitura estabeleceu para a implantação de escolas de tempo integral e para formação de professores. Ela estranhou o posicionamento dos vereadores porque essas emedas são contrárias ao desenvolvimento educacional do município.
"No texto enviado pela Prefeitura, o poder público teria dois anos para a implantação de escolas de tempo integral. Os vereadores apresentaram emenda aumentando este prazo para até o final da implantação do plano, que é dez anos. Causou-me estranheza também a meta da qualificação de professores, cuja implantação foi ampliada pelos vereadores", lamenta Graça.
O Plano Municipal de Educação estabelece metas a serem cumpridas pelo município durante dez anos e visa melhoras a qualidade do ensino de forma que os estudantes tenham o nível de conhecimento esperado para cada idade e os professores sejam valorizados.
Em: 25/06/2015 09:43:00
Tags: Graça Amorim, homossexualidade, palavras, PME