Presidente da Agespisa vem à Câmara e anuncia projeto de ETE em Teresina

A Câmara Municipal de Teresina realizou nesta segunda (06) uma audiência pública para tratar dos problemas de abastecimento de água da capital. Em seu pronunciamento, o presidente da Agespisa, Antonio Filho, explicou quais as medidas que está tomando para sanear a empresa e quais os investimentos previstos. Segundo o presidente, uma nova estação de tratamento água está sendo licitada e uma estação de tratamento de esgoto está em fase de projeto. Antonio filho citou também quais tipos de gastos vem impedindo que a empresa tenha condições de sanear suas contas e citou o exemplo do gasto mensal de R$ 3,5 milhões com 347 servidores que já estão aposentados e continuam em atividade na empresa.

Representantes de diversas comunidades estiveram presentes, como o Itararé, Vila São José, Deus Proverá, Manoel Evangelista, Renascença II, Frei Damião, Dignidade e Esplanada. Eles reclamaram de problemas na distribuição, que resultam em constantes falta d'água, principalmente nos pontos mais distantes.

O proponente da audiência, vereador Paulo Roberto da Iluminação (PTB), afirmou que a intenção é que a Câmara passe a acompanhar de perto os investimentos e o contrato de concessão que a empresa tem com a prefeitura de Teresina. "Foi esta Casa que aprovou esse contrato de concessão. Então, temos a obrigação de acompanhar sua execução porque são muitos os problemas de falta d'água que Teresina enfrenta. Temos aqui uma bomba prestes a explodir", afirmou em seu pronunciamento.

Antonio Filho comentou que recebeu a empresa com mais de R$ 1 bilhão em débitos. Para retomar investimentos, a empresa precisa ser saneada financeiramente para que tenha condições de obter certidões negativas de débitos junto a ministérios e outros órgãos federais. "Temos um déficit de R$ 1,165 bilhão, gasto de R$ 13 milhões com folha, R$ 6 milhões ao mês de déficit, temos 347 servidores aposentados que continuam trabalhando.  Tudo isso é gasto e não temos de onde tirar. São situações que pegamos mas temos esperança. Se não tivéssemos já tinha saído. Venho tentando construir uma forma amigável e já estamos conseguindo pleitear recursos. Sabemos das dificuldades de atendimento que o sistema ainda é arcaico. O que queremos é que a gente não possa servir de modelo de vergonha. Sabemos que há problemas pontuais. Estamos conscientes dos problemas, não é situação fácil, mas estamos trabalhando diuturnamente ", disse.

Antonio Filho assegurou que o transformador que havia sofrido pane em outubro do ano passado e enviado para Recife (PE) já está em Teresina e aguarda somente uma equipe especializada para fazer a instalação.

Um outro ponto assegurado pelo presidente foi que a Caixa tem disponíveis R$ 200 milhões para que a Agespisa invista em obra na capital. Deverá ser contemplada ou a Santa Maria da Codipi ou a região do Grande Dirceu com uma nova Estação de Tratamento de Água. O vereador Antonio Aguiar (PTB) solicitou que fosse destinada à Santa Maria por conta da demanda na região, que cresce desordenadamente e já sofre com sérios problemas de desabastecimento.

Também está em fase de conclusão de projeto a Estação de Tratamento de Esgoto no bairro Saci, zona sul. Essa estação, segundo o presidente, será crucial para a continuidade de duas obras de esgotamento na zona sul.

A inadimplência de prefeituras, órgãos do governo e consumidores residenciais foi um outro problema colocado pelo presidente. Segundo ele, somente em Teresina, esta inadimplência chega a R$ 132 milhões, quase 80% do total. "A Agespisa tem um programa de parcelamento de débitos, onde o consumidor paga 5% do débito na entrada e pode dividir o restante em até 140 meses. Mas vamos fazer também um programa de estímulo a adimplência, fazendo sorteios de prêmios e, no final do ano, sortear um carro entre aqueles que mantém suas contas em dia", disse.

Sobre o projeto de subdelegação, Antonio Filho afirmou que a Fundação Getúlio Vargas, que foi contratada por R$ 600 milhões, está realizando o estudo para saber se o projeto existente é viável. "O que fizemos foi contratar a Fundação Getúlio Vargas por R$ 600 mil, um valor alto mas é uma instituição de alto respeito, comparado com outros contratos que já foram celebrados. São profissionais altamente capacitados para verificar se esses dados são verdadeiros ou não, se o modelo é o melhor e qual a medida de sustentabilidade da Agespisa", explicou.

Entre os encaminhamentos colocados durante a audiência estão a realização de campanhas educativas para diminuir o desperdício, troca de tubulação, parcelamento de débitos, transformador extra que deve chegar dentro de quatro meses, uma nova adutora que em fase de projeto, acompanhamento do projeto de Estação de Tratamento de Água, investimentos na zona rural junto a SDR, acompanhamento dos estudos da Fundação Getúlio Vargas sobre a subdelegação e aprofundar o acompanhamento do contrato de concessão, saneamento do déficit da empresa para poder viabilizar investimentos, acompanhamento da limpeza e manutenção das caixas d'água, ampliação das redes e construção da Estação de Tratamento de Esgoto no Saci.

"Não digo que seja uma bomba relógio, mas a situação é muito preocupante. Começamos com essa audiência, mas quero participar ativamente, ler e acompanhar as discussões sobre a subdelegação. Acho que todos querem a melhoria da distribuição e do abastecimento. Vamos ter que ter muita paciência e tranquilidade para buscar as soluções", finalizou Paulo Roberto.

Em: 06/05/2013 15:02:00

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