Sindserm protesta na Câmara contra o reajuste de 1%

Um grupo de servidores municipais de Teresina foi ao plenário da Câmara Municipal durante a sessão desta terça-feira (9) para impedir que fosse colocado em votação o projeto de lei do Executivo que reajusta os salários das categorias.

Eles exigem que o projeto de lei seja retirado da pauta de votação do Legislativo e retorne para a Prefeitura, para ser reformulado. No texto atual, a PMT oferece um aumento de 1% para algumas categorias, embora o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) calcule que a defasagem salarial dos últimos anos chega a 55%.

Além disso, a entidade afirma que diversas categorias - como a dos professores, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem - estão sendo indevidamente excluídas do projeto. 

Letícia Campos, presidente do Sindserm, considera o reajuste de 1% "ilegal", e avisa que os protestos na Câmara continuarão a ocorrer até que o prefeito Firmino Filho (PSDB) inicie um diálogo transparente com os servidores.

De acordo com Eduardo Maia, tesoureiro do Sindicato dos Enfermeiros Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), há pelo menos quatro anos os profissionais da enfermagem sofrem perdas salariais. "O prefeito deu 30% com uma mão e retirou com a outra, porque já é o segundo ano consecutivo que a enfermagem fica de fora do aumento linear. Então, com toda essa inflação no País, ao fim da execução do nosso Plano de Cargos e Salários, o aumento já foi embora e nós iremos acumular um déficit de mais de 60%. Precisamos tomar uma posição que não é política, é uma posição de resgatar a dignidade do profissional, que tem o seu salário achatado a cada ano", afirma Eduardo.

Além dos professores e profissionais da enfermagem, também integram o movimento os técnicos administrativos, auxiliares administrativos e agentes municipais de trânsito.

Na segunda-feira, um grupo de vereadores esteve reunido com representantes do Sindserm e do Senatepi para tratar sobre as reivindicações das categorias. Na oportunidade, os servidores relataram casos de servidores com 30 anos de carreira que se aposentam com o mesmo salário de quem está entrando agora no serviço público municipal.

O vereador Paulo Roberto da Iluminação (PTB), que participou da audiência com os servidores, considera recomendável que a Prefeitura retire o projeto de lei e inicie um amplo debate com as distintas categorias. O petebista opina que, além de ter excluído algumas categorias, o Executivo também desrespeitou a data base, que é em março. "O prefeito disse que alguns vereadores são contra o reajuste dos servidores. Na realidade nós estamos é do lado dos servidores, buscando melhorar essa proposta e corrigir as distorções do projeto de lei enviado pela Prefeitura, que é, inclusive, inconstitucional, porque foi encaminhado para a Câmara de forma muito apressada", afirma Paulo Roberto.

O petebista ressalta que muitos servidores têm adiado o máximo possível a aposentadoria porque boa parte de seus vencimentos são compostos por gratificações e outras vantagens que não são incorporadas à aposentadoria. "Tem muita gente com 20, 30 anos de carreira e está nessa situação. Se pedir para se aposentar o salário cai para mil reais, e se equipara a quem está entrando agora".  Daí você vê o absurdo", conclui Paulo Roberto.

Após o plenário ser invadido, o presidente da sessão, vereador Jeová Alencar (SD), suspendeu os trabalhos legislativos por cinco minutos. Como os manifestantes permaneceram ocupando o plenário, cerca de meia hora depois a sessão foi encerrada.

Em: 09/06/2015 12:58:00

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