O vereador Paulo Roberto da Iluminação (PTB) sugeriu, durante a sessão dessa terça-feira na Câmara Municipal, que a Prefeitura de Teresina aumente a abrangência da auditoria programada para ocorrer nas contas das Superintendências de Desenvolvimento Urbano da capital - Centro/Norte, Leste, Sul e Sudeste.
Na semana passada, uma portaria da Secretaria Municipal de Finanças determinou a realização da vistoria nos balancetes das quatro pastas, referentes aos últimos cinco exercícios financeiros. O parlamentar petebista, que comandou a SDU Sudeste durante a gestão do ex-prefeito Elmano Férrer (PTB), manifestou apoio à iniciativa da prefeitura. Porém, ele pediu que a fiscalização seja estendida para os últimos dez anos. "Eu concordo plenamente com essa auditoria anunciada pela prefeitura. Inclusive, na condição de vereador de Teresina, quero indicar uma pessoa para acompanhar esses trabalhos. Agora, o que eu acho estranho é que o secretário de Finanças tenha determinado a auditagem apenas nos últimos cinco anos, pegando as gestões de Elmano Férrer e Silvio Mendes. Por que não estender esses trabalhos até a gestão anterior do prefeito Firmino Filho?", questiona Paulo Roberto.
O vereador pediu que a Casa encaminhe um requerimento ao secretário de Finanças, Admilson Lustosa, solicitando que a auditoria seja feita com mais profundidade, abrangendo as contas das SDUs a partir de 2004.
Paulo Roberto também lamentou que a gestão do PSDB esteja tornando a dispensa de licitação uma regra na administração pública, quando o correto seria que esse procedimento ocorresse excepcionalmente, conforme orientam os Tribunais de Contas do Estado e da União.
Durante a sessão, o vereador Gilberto Paixão (PT) ratificou a posição do colega petebista, e ressaltou que os parlamentares da capital também precisam ficar atentos às ações executadas pela PMT. O petista citou o caso da dispensa de licitação para realização de retelhamento de cinco unidades de saúde da capital. Na semana passada, os nove vereadores de oposição à gestão tucana assinaram favoravelmente à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar o procedimento, sobre o qual recai indícios de irregularidade. Nenhum vereador da base aliada de Firmino apoiou a CPI, que precisa de pelo menos dez votos para ser criada. "Quem não deve, não teme. Eu posso dizer isso de peito aberto, e incentivo os nobres vereadores desta Casa a criar coragem e assinar a CPI das Goteiras. Foram R$ 750 mil gastos em pequenos reparos, que sequer foram necessários, tendo em vista que as chuvas não ocorreram na época da reforma. Para que a gente consiga moralizar a administração pública, temos que fiscalizar de perto as ações da PMT", destaca Paixão.
Em pronunciamento, o vereador Edilberto Borges Dudu (PT) lembrou que a Prefeitura de Teresina firmou contratos milionários, sem licitação, com escritórios de advocacia e com uma empresa de publicidade que apoiou Firmino durante a campanha eleitoral de 2012. Dudu questiona a falta de interesse de alguns vereadores em fiscalizar esses contratos. "Estamos com quase 25% do mandato desse prefeito medíocre transcorrido, e só agora ele vem com essa história de auditoria nas pastas municipais. Um prefeito que não tem feito quase nada pela cidade, a não ser dar continuidade às várias obras iniciadas na gestão passada. Isso me parece uma tentativa do prefeito Firmino Filho de intimidar os parlamentares que comandaram secretarias e hoje estão na oposição. Vamos auditar sim, mas vamos auditar também essas inúmeras dispensas de licitações que têm ocorrido na gestão tucana", desafia Dudu.
Em aparte, a vereadora Graça Amorim (PTB) disse que nenhum parlamentar de oposição vai ceder às tentativas de intimidação articuladas pelo prefeito Firmino Filho. "Nenhuma chantagem e nenhuma proposta indecorosa vai retirar o meu caráter e o mandato que a população me deu", bradou a vereadora.
Em: 26/11/2013 10:14:00
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